Um acidente isquêmico transitório (AIT), muitas vezes chamado de mini-derrame, é caracterizado pela ausência de sintomas residuais após 24 horas. No entanto, pesquisas recentes indicam que muitos pacientes enfrentam desafios persistentes, incluindo a fadiga. Um estudo prospectivo recente investigou a prevalência e as características da fadiga em pacientes que sofreram um AIT, buscando identificar quem desenvolve essa condição e em que medida.
O estudo acompanhou 354 pacientes diagnosticados com AIT em uma unidade especializada em AVC. A fadiga foi avaliada através de questionários padronizados (Multidimensional Fatigue Inventory – MFI-20 e Fatigue Severity Scale) em diferentes momentos: 14 dias após a alta (linha de base) e, posteriormente, aos 3, 6 e 12 meses. Os resultados revelaram que uma proporção significativa dos pacientes continuava a experimentar fadiga patológica (definida como uma pontuação ≥12 na escala MFI-20 General Fatigue) ao longo de todo o período de acompanhamento. Surpreendentemente, a presença de lesões isquêmicas agudas não pareceu estar associada à fadiga.
A análise dos dados apontou para uma ligação importante entre a fadiga e a história pregressa de ansiedade ou depressão. Pacientes com histórico de transtornos de humor apresentaram uma probabilidade duas vezes maior de relatar fadiga após o AIT. Além disso, o estudo demonstrou que a fadiga relatada nos primeiros 14 dias após a alta hospitalar é um forte indicador de que o paciente continuará a sentir fadiga até 12 meses depois. Esses achados destacam a necessidade de identificar e tratar precocemente a fadiga em pacientes pós-AIT, especialmente aqueles com histórico de problemas de saúde mental, oferecendo um suporte mais eficaz para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. O estudo faz parte do Life After Stroke Cohort (ClinicalTrials.gov: NCT05234528).
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