A regulação emocional, a capacidade de gerenciar e expressar emoções de forma adaptativa, é fundamental para o bem-estar psicológico e social das crianças. Estudos têm demonstrado que um desenvolvimento saudável da regulação emocional está intrinsecamente ligado a diversos fatores, incluindo o ambiente familiar e a percepção de segurança que a criança experimenta.
Uma pesquisa recente, conduzida por Leticia Oliveira da Silva e Luciana Fontes Pessôa, investigou a correlação entre a regulação emocional infantil e a avaliação que as mães fazem da satisfação e segurança em seus bairros, com foco particular na comparação entre mães residentes em favelas e mães residentes em outras áreas do Rio de Janeiro. O estudo revelou que a percepção materna de um ambiente seguro e satisfatório está significativamente associada à capacidade da criança de regular suas emoções. Mães que se sentem mais seguras e satisfeitas em seus bairros tendem a ter filhos com maior habilidade de regulação emocional. A pesquisa utilizou a Escala de Avaliação de Satisfação e Segurança e o Emotional Regulation Checklist para avaliar estes fatores.
Um achado importante do estudo é que as mães residentes em favelas apresentaram níveis mais baixos de satisfação e segurança em seus bairros em comparação com as mães não residentes em favelas. Isso sugere que a exposição a ambientes com maiores índices de violência e falta de infraestrutura pode impactar negativamente a percepção materna de segurança e, consequentemente, influenciar o desenvolvimento da regulação emocional infantil. Esses resultados destacam a importância de políticas públicas e intervenções que visem melhorar a segurança e os serviços básicos em comunidades vulneráveis, como um caminho para promover o bem-estar emocional das crianças. A criação de ambientes mais seguros e acolhedores pode ter um impacto significativo no desenvolvimento emocional infantil, proporcionando uma base sólida para o crescimento saudável e o sucesso futuro.
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