O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa que afeta o desenvolvimento neurológico, impactando significativamente as interações sociais e as funções cognitivas de um indivíduo. Em busca de novas abordagens terapêuticas, pesquisas recentes têm explorado a modulação da microbiota intestinal como uma estratégia promissora para aliviar os sintomas do TEA. Nesse contexto, a 2′-Fucosillactose (2′-FL) surge como um potencial regulador da homeostase da microbiota intestinal.
Um estudo recente investigou os efeitos da suplementação diária de 2′-FL em filhotes de camundongos durante um período de cinco semanas. Os resultados revelaram que a 2′-Fucosillactose promoveu melhorias notáveis nos comportamentos associados ao Transtorno do Espectro Autista. Adicionalmente, a suplementação com 2′-FL contribuiu para a restauração da integridade da barreira intestinal, um fator crucial para a saúde geral do organismo. Observou-se também um aumento na abundância de bactérias benéficas no intestino, em particular as cepas Akkermansia e Bifidobacterium, ambas intimamente ligadas ao metabolismo dos ácidos biliares.
É importante destacar que o tratamento com 2′-fucosillactose elevou o teor de ácidos biliares e aumentou a expressão de receptores de ácidos biliares no cérebro. Experimentos de coabitação reforçaram ainda mais o papel crucial da microbiota intestinal na mediação dos efeitos benéficos da 2′-fucosillactose. Em conjunto, estes resultados sugerem que a 2′-fucosillactose pode atenuar os déficits comportamentais e a neuroinflamação induzidos pela ativação imune materna através da regulação do eixo intestino-cérebro, oferecendo um valor terapêutico potencial para o tratamento de transtornos do neurodesenvolvimento. Mais pesquisas são necessárias, mas os resultados são promissores e apontam para uma nova via de investigação no tratamento do TEA e outras condições neurológicas relacionadas.
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