A interação entre humanos e computadores, presente em diversas atividades do dia a dia, desde tarefas simples até o uso de robôs cirúrgicos, frequentemente envolve latências visuais muito curtas, inferiores a 100 milissegundos. Embora esses atrasos pareçam insignificantes, estudos recentes apontam que podem ter um impacto considerável no desempenho motor e, surpreendentemente, no aprendizado sensorimotor implícito.
Uma pesquisa inovadora investigou como pequenas variações na latência visual afetam a forma como o cérebro aprende novas habilidades motoras. Os resultados demonstraram que reduzir a latência em apenas 60 milissegundos (de 85 para 25 ms) pode aumentar o aprendizado implícito em até 50%. O aprendizado implícito refere-se à aquisição de habilidades sem a necessidade de instruções explícitas ou consciência do processo. Paralelamente, a redução da latência resultou em uma diminuição do aprendizado explícito, que envolve a memorização consciente de regras e estratégias.
Essa mudança na latência promoveu uma reorganização notável da memória sensorimotora, alterando a proporção entre aprendizado implícito e explícito de 45/55 para 70/30. Essa última proporção, com o aprendizado implícito predominando, é significativamente maior do que a observada em estudos anteriores sobre o efeito da latência no aprendizado motor. Isso sugere que o feedback visual contínuo com baixa latência desempenha um papel fundamental no estímulo do aprendizado implícito. A pesquisa revelou ainda que o aprendizado sensorimotor implícito é mais sensível a latências na faixa abaixo de 100 ms do que a latências mais elevadas. Esses achados destacam o potencial da redução da latência em treinamentos computadorizados que envolvem o aprendizado sensorimotor implícito, e podem explicar as diferenças observadas em estudos anteriores devido a variações nas latências de feedback não medidas.
Origem: Link