A lentidão psicomotora, caracterizada pela lentidão nos movimentos e processos mentais, é um sintoma comum em idosos que sofrem de transtorno depressivo. Um estudo recente investigou os determinantes desse fenômeno, buscando entender se a lentidão está ligada à depressão em si, a fatores físicos e cognitivos relacionados à idade, ou a uma combinação de ambos. A pesquisa visava identificar formas de personalizar o tratamento para esses pacientes.
O estudo avaliou 521 pacientes com 60 anos ou mais, diagnosticados com transtorno depressivo. A lentidão psicomotora foi medida em três dimensões: lentidão motora (velocidade da marcha), lentidão cognitiva (velocidade de processamento) e lentidão subjetiva (percepção do próprio indivíduo sobre sua lentidão). Os pesquisadores analisaram diversos fatores, como dados demográficos, histórico de depressão, saúde física e cognitiva, estilo de vida e aspectos psicossociais.
Os resultados revelaram que a lentidão psicomotora em idosos com depressão é um fenômeno complexo, com componentes motores, cognitivos e subjetivos distintos. A lentidão motora foi associada a idade mais avançada, sexo feminino, uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia) e maior índice de massa corporal (IMC). A lentidão cognitiva esteve relacionada à diminuição do desempenho cognitivo geral. Já a lentidão subjetiva se mostrou associada à maior gravidade da depressão e ao pior desempenho cognitivo global. É importante notar que a lentidão motora e cognitiva não apresentaram forte correlação com a gravidade da depressão, sugerindo que outros fatores relacionados à idade podem ser determinantes mais importantes nesses casos. Esses achados ressaltam a necessidade de considerar esses fatores ao otimizar o tratamento para idosos com depressão e lentidão psicomotora, visando uma abordagem mais individualizada e eficaz. Identificar e tratar esses componentes de forma individualizada pode trazer melhorias significativas na qualidade de vida desses pacientes.
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