A catatonia, uma síndrome neuropsiquiátrica complexa, caracteriza-se por alterações no humor, função motora, comportamento e fala. Embora seja cada vez mais reconhecida em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sua identificação permanece desafiadora. A sobreposição de características clínicas entre as duas condições, como ecofenômenos (repetição de ações), maneirismos, indiferença social e comportamentos repetitivos, pode dificultar um diagnóstico preciso.
Uma revisão sistemática recente, publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders, investigou os sintomas de catatonia em indivíduos com TEA. A análise de 45 estudos revelou seis grupos principais de sintomas associados à catatonia nesta população: alterações na atividade psicomotora, distúrbios da fala, mudanças no comportamento/habilidades/funções, sintomas de saúde mental, sintomas fisiológicos e sintomas relacionados ao despertar e à consciência. É importante ressaltar que vários desses sintomas não estão incluídos nos critérios diagnósticos atuais da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) para catatonia.
A revisão identificou sintomas adicionais, como tiques, obediência motora, fala incoerente, autoagressão, comprometimento cognitivo e alterações no apetite, sugerindo uma apresentação clínica mais ampla da catatonia em indivíduos com TEA do que a atualmente reconhecida. A conscientização aprimorada dos médicos sobre como a catatonia se manifesta em pessoas com autismo é crucial. O reconhecimento precoce desses sintomas pode levar a intervenções mais rápidas e eficazes, prevenindo consequências severas da catatonia não tratada nesta população vulnerável. Este estudo destaca a necessidade de refinar os critérios diagnósticos para melhor identificar e tratar a catatonia em indivíduos com TEA, melhorando assim sua qualidade de vida.
Origem: Link