A haploinsuficiência do gene AUTS2 está associada a um distúrbio do neurodesenvolvimento complexo, caracterizado por deficiência intelectual, traços autísticos e espasticidade. Estudos recentes aprofundaram a compreensão dessa condição, concentrando-se particularmente nas variantes no domínio de repetição HX da proteína AUTS2.
A pesquisa revelou que as variantes no domínio HX da AUTS2 podem levar a um fenótipo clínico distinto e mais grave, se comparado à haploinsuficiência geral de AUTS2. Este fenótipo é marcado por deficiência intelectual e de linguagem severas, características dismórficas craniofaciais e esqueléticas específicas, e achados de neuroimagem característicos. As dismorfias faciais incluem pontes nasais largas e proeminentes com formas nasais complexas, além de sobrancelhas dismórficas. Anomalias nos dedos, como sinfalangismo e hipoplasia das falanges distais, também foram observadas exclusivamente neste grupo. Adicionalmente, anomalias cerebelares, que não são comuns em outras variantes de AUTS2, foram identificadas.
O estudo detalhou a comparação entre indivíduos com variantes no domínio HX e aqueles com haploinsuficiência de AUTS2, evidenciando as particularidades do primeiro grupo. A interação da proteína AUTS2 com a proteína p300, codificada pelo gene EP300, através do domínio HX, é crucial para a ativação da transcrição. A disrupção dessa interação, causada pelas variantes no domínio HX, pode levar a um fenótipo semelhante à Síndrome de Rubinstein-Taybi (RSTS), associada a variantes nos genes EP300/CREBBP. A identificação e a caracterização detalhada desse fenótipo são importantes para um diagnóstico mais preciso e para o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais direcionadas para indivíduos com variantes no domínio HX da AUTS2. Este avanço no conhecimento contribui significativamente para o campo da genética médica e para a melhoria da qualidade de vida de pacientes e suas famílias.
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