O supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SBID), também conhecido como SIBO (do inglês Small Intestinal Bacterial Overgrowth), é uma condição na qual há um aumento anormal no número de bactérias no intestino delgado. Em pacientes com fibrose cística (FC), essa condição pode ser mais comum devido a fatores como terapia de supressão ácida, problemas de motilidade gastrointestinal e histórico de cirurgias intestinais.
Uma revisão sistemática recente investigou a prevalência e as características do SIBO em pessoas com fibrose cística. Os pesquisadores analisaram diversos estudos que utilizaram testes de respiração para diagnosticar o SIBO. Esses testes medem a quantidade de hidrogênio (H2) e metano (CH4) expirados após a ingestão de um substrato, como glicose ou lactulose. Níveis elevados desses gases podem indicar a presença de um supercrescimento bacteriano. A revisão encontrou uma considerável variação nos métodos utilizados para realizar os testes de respiração, incluindo o tempo de suspensão dos antibióticos antes do teste, o substrato utilizado e os tempos de coleta das amostras respiratórias.
A análise dos estudos também buscou identificar uma possível relação entre o SIBO e algumas comorbidades da fibrose cística, como doença hepática, má absorção de gordura e distúrbios alimentares. Embora alguns estudos tenham sugerido uma associação entre SIBO e redução na absorção de gordura e hiporexia (diminuição do apetite), não houve evidências consistentes de uma relação causal direta. A revisão concluiu que os dados sobre a avaliação do SIBO em pacientes com fibrose cística são limitados pela escassez de estudos, pela falta de grupos de controle adequados em alguns estudos e pela variabilidade nas metodologias de teste e nos pontos de corte diagnósticos. Portanto, há uma necessidade de desenvolver protocolos padronizados para investigar e diagnosticar o SIBO em pessoas com fibrose cística, a fim de melhorar o manejo clínico dessa condição.
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