Um estudo recente publicado no Journal of Diabetes Research aponta para a existência de vieses de gênero em testes clínicos de inibidores de SGLT2 (cotransportador de sódio-glicose tipo 2), uma classe de medicamentos utilizada no tratamento de diabetes tipo 2. A pesquisa avaliou se a participação de homens e mulheres nesses estudos reflete a prevalência da doença em cada sexo e se as análises dos resultados consideram as diferenças biológicas entre eles.
Os pesquisadores analisaram 70 artigos sobre testes clínicos de fase III (a fase mais avançada da pesquisa, que precede a aprovação do medicamento para uso geral) de inibidores de SGLT2. Um dos focos foi verificar se a proporção de mulheres recrutadas para os estudos era compatível com a proporção de mulheres diagnosticadas com diabetes tipo 2 na população geral. A análise também investigou se os resultados dos testes eram apresentados de forma desagregada por sexo, permitindo identificar possíveis diferenças na eficácia e segurança dos medicamentos entre homens e mulheres. Os resultados mostraram que, embora a proporção geral de mulheres nos estudos fosse aceitável, uma análise mais detalhada revelou vieses significativos em alguns casos.
Além da participação e análise dos resultados, o estudo também avaliou a autoria dos artigos, procurando identificar se mulheres ocupavam posições de liderança (primeira autora, última autora ou autora correspondente). A pesquisa sugere que, apesar do progresso na inclusão de mulheres em testes clínicos de diabetes tipo 2, ainda existem desafios a serem superados para garantir uma abordagem mais equitativa e sensível ao gênero na pesquisa e no tratamento da doença. A análise separada dos dados por sexo é crucial para entender como os medicamentos afetam homens e mulheres de maneiras diferentes, otimizando assim os resultados do tratamento e minimizando os riscos.
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