Autismo e Imunidade: A Importância da Regulação Imune no Cérebro

Há uma crescente compreensão da intrincada relação entre o autismo e a ativação do sistema imunológico. Estudos realizados ao longo de 80 anos revelam disfunções nas respostas imunes presentes no sangue periférico, na mucosa intestinal e no próprio cérebro. Essa conexão abre novas perspectivas sobre as causas e possíveis abordagens terapêuticas para o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Pesquisas post-mortem em cérebros de indivíduos com autismo têm demonstrado um aumento na expressão diferencial de genes inflamatórios, níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias e ativação glial. As células imunes presentes no cérebro são compostas tanto por células residentes quanto por células recrutadas da corrente sanguínea. Um tipo celular particularmente importante nesse contexto são as células T reguladoras (Tregs), que desempenham um papel crucial na promoção da tolerância imune e no reparo tecidual.

As Tregs atuam na redução da reatividade da microglia, auxiliam nos processos regenerativos e reparadores, e promovem a diferenciação de oligodendrócitos, as células responsáveis pela produção de mielina no cérebro. A mielina é fundamental para o desenvolvimento da substância branca, essencial para a comunicação eficiente entre diferentes áreas do cérebro. A neuroinflamação pode representar um fenótipo universal do autismo, independente da etiologia subjacente. As Tregs, ao promoverem a homeostase, a função da microglia e dos oligodendrócitos, e o desenvolvimento da substância branca, podem ser uma chave para controlar essa neuroinflamação e melhorar a qualidade de vida de pessoas com TEA. Estudos futuros podem explorar o potencial terapêutico da modulação da atividade das Tregs no tratamento do autismo.

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