Camuflagem Autística e Identidade Sexual: Um Estudo Sobre o Impacto na Saúde Mental

Indivíduos autistas, frequentemente, adotam estratégias de ‘camuflagem’ para se adequarem a normas sociais e evitar o estigma associado ao autismo. Essa camuflagem envolve suprimir ou ocultar comportamentos considerados ‘autista’ para se apresentarem como ‘neurotípicos’. Embora possa facilitar a interação social em certos contextos, o processo de mascarar a própria identidade pode gerar estresse significativo e impactar negativamente a saúde mental.

Um estudo recente investigou a relação entre camuflagem autística e orientação sexual, revelando que adultos autistas que se identificam como minorias sexuais relatam níveis mais elevados de camuflagem em comparação com autistas heterossexuais. Essa descoberta sugere que a interseccionalidade entre o autismo e a identidade de minoria sexual pode intensificar as pressões sociais e o estresse associado à necessidade de se ‘encaixar’. Indivíduos que pertencem a múltiplas minorias, como uma pessoa autista designada como mulher ao nascer e que é bissexual, enfrentam camadas adicionais de estresse social e podem sentir uma necessidade ainda maior de esconder sua verdadeira identidade.

A pesquisa utilizou o ‘Camouflaging Autistic Traits Questionnaire’ (Questionário de Camuflagem de Traços Autísticos) em uma amostra de 462 adultos autistas. Os resultados indicaram que, mesmo após o controle de fatores como sexo atribuído ao nascimento e idade, a camuflagem era significativamente maior entre participantes que se identificavam como minorias sexuais. Esses achados destacam a importância de reconhecer e abordar as necessidades específicas de indivíduos autistas que também enfrentam o estigma e a discriminação associados à sua orientação sexual, promovendo um ambiente mais inclusivo e acolhedor que respeite a diversidade de identidades e experiências.

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