A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para a educação, impactando especialmente crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um estudo recente investigou a eficácia do Acompanhamento Psicanalítico de Crianças em Escolas, Grupos e Instituições (APEGI) na reintegração escolar desses alunos no período pós-pandêmico. A pesquisa, realizada com 13 crianças de 2 a 6 anos com TEA em contexto de inclusão escolar, buscou entender como a intervenção focada na função do semelhante poderia influenciar positivamente sua adaptação e progresso.
O estudo, de natureza qualitativa e interventiva, utilizou a metodologia de estudo de caso, complementada por dados quantitativos derivados dos indicadores de acompanhamento do APEGI. A equipe de 20 pesquisadores acompanhou as crianças em suas escolas, observando e analisando as interações e o impacto do APEGI em suas posições subjetivas. A análise revelou que o acompanhamento psicanalítico se mostrou eficaz na detecção e no acompanhamento dos efeitos da função do semelhante, auxiliando na reintegração escolar, ainda que parcial, desses estudantes.
Os resultados da pesquisa destacam a importância crucial do suporte e acompanhamento especializado para crianças com TEA, especialmente após um período de isolamento social e interrupção das rotinas escolares. A intervenção focada na função do semelhante, ou seja, no papel que as outras crianças desempenham no desenvolvimento e inclusão, se mostrou particularmente relevante. Em tempos pós-pandêmicos, nos quais o acesso a serviços de apoio pode ter sido limitado, iniciativas como o APEGI se tornam ainda mais valiosas para garantir o bem-estar e o sucesso educacional de crianças com TEA.
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