Dispositivos de assistência ventricular (DAVs) são frequentemente utilizados como ponte para o transplante cardíaco em crianças com insuficiência cardíaca grave. No entanto, o uso desses dispositivos pode estar associado a complicações neurológicas, levantando preocupações sobre o desenvolvimento psicomotor dos pacientes. Um estudo recente investigou se crianças que utilizam DAVs antes do transplante cardíaco conseguem superar as dificuldades intelectuais e motoras após a cirurgia.
A pesquisa analisou dados de mais de mil crianças submetidas a implante de DAV e transplante cardíaco, avaliando o comprometimento cognitivo e motor antes e depois do transplante. Os resultados mostraram que, embora a sobrevivência de crianças com DAV e comprometimento psicomotor seja significativamente afetada, mais da metade consegue superar essas dificuldades após o transplante. Surpreendentemente, crianças com comprometimento psicomotor que utilizaram DAV como ponte para o transplante apresentaram maior probabilidade de resolver suas dificuldades em comparação com aquelas transplantadas sem o dispositivo.
Apesar dos resultados promissores, o estudo também destacou que o comprometimento psicomotor continua sendo um indicador de sobrevida a longo prazo reduzida. Isso ressalta a importância de intervenções terapêuticas direcionadas para crianças com DAV e comprometimento psicomotor, visando otimizar seu desenvolvimento e melhorar seus resultados a longo prazo após o transplante cardíaco. O estudo identificou que um bom estado funcional pré-transplante é o fator preditivo mais forte para a superação do comprometimento psicomotor após o transplante, reforçando a importância da reabilitação e cuidados precoces.
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