O transtorno neurocognitivo associado ao HIV (HAND) é uma condição complexa que exige um diagnóstico preciso, diferenciando o impacto do HIV de outras possíveis causas de declínio cognitivo. Em pessoas vivendo com HIV por longos períodos, especialmente aquelas em tratamento, a presença de outras condições médicas e psiquiátricas, juntamente com diferentes históricos educacionais, torna esse processo ainda mais desafiador.
Um estudo recente investigou a relação entre dificuldades de aprendizagem e o comprometimento neurocognitivo em pessoas com HIV. A pesquisa, que envolveu uma avaliação neuropsicológica abrangente, separou os participantes em três grupos: aqueles sem dificuldades de aprendizagem, aqueles com dificuldades acadêmicas gerais e aqueles com diagnóstico formal de dificuldades de aprendizagem. Os resultados mostraram que apenas o grupo com diagnóstico de dificuldades de aprendizagem apresentava uma associação significativa com um maior comprometimento neurocognitivo.
Curiosamente, a presença de sintomas depressivos e cognitivos também foi associada a um maior risco de comprometimento neurocognitivo. No entanto, a interação entre dificuldades de aprendizagem diagnosticadas, depressão e sintomas cognitivos pareceu exacerbar ainda mais esse risco. Esses achados destacam a importância de considerar o histórico de aprendizagem e a saúde mental ao avaliar a função cerebral em pessoas vivendo com HIV, oferecendo informações valiosas para aprimorar as diretrizes de diagnóstico do HAND e otimizar o cuidado com esses pacientes. Identificar e tratar as dificuldades de aprendizagem e os sintomas de depressão e cognitivos pode ajudar a preservar a função cerebral e a qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV.
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