Autismo: Um Novo Olhar Sobre as Diferenças Sensório-Motoras

Tradicionalmente, o diagnóstico de autismo tem focado em dificuldades na comunicação social. No entanto, uma nova perspectiva sugere que as diferenças sensório-motoras desempenham um papel fundamental e podem estar na raiz de muitas características associadas ao autismo. Essa abordagem desafia a ideia de ‘regressão autística’, apontando para evidências de que traços sensório-motores estão presentes desde o nascimento, influenciando o desenvolvimento e o comportamento.

Essas diferenças sensoriais e motoras, muitas vezes subestimadas, podem ter um impacto significativo no desenvolvimento infantil. Elas podem afetar a maneira como a criança aprende através dos sentidos e do movimento, influenciando a imitação, o contato visual, a percepção sensorial e os interesses. Essas alterações, por sua vez, podem levar a adaptações comportamentais e a mal-entendidos por parte dos outros, contribuindo para as características observadas no diagnóstico de autismo.

Além disso, a pesquisa explora como as diferenças no processamento sensorial podem estar relacionadas a um estilo de processamento de informação mais focado nos detalhes e no ambiente imediato, um estilo “de baixo para cima”. Essa abordagem, possivelmente ligada a uma menor integração sensorial em circuitos cerebrais, pode ter amplas implicações na qualidade de vida de pessoas autistas. A compreensão dessas nuances pode levar a um maior apoio, aceitação e adaptações sensíveis às necessidades individuais, desafiando a noção de que o autismo pode ser ‘perdido’ ou ‘superado’ ao longo da vida, e reconhecendo o camuflar como uma estratégia arriscada e nem sempre bem-sucedida.

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