A pica, caracterizada pela ingestão compulsiva de itens não alimentares, representa um desafio significativo para a saúde, podendo levar a complicações graves como a obstrução do intestino delgado. Essa condição se torna ainda mais complexa em pacientes com comprometimento cognitivo e dificuldades de comunicação, dificultando o diagnóstico e o tratamento oportuno.
Um recente relato de caso publicado no Journal of Surgical Case Reports destaca a ocorrência de obstrução do intestino delgado em um paciente autista com histórico de pica, causada pela ingestão de palmilhas de sapato. O caso sublinha a importância de considerar a pica como um fator de risco para obstrução intestinal, especialmente em indivíduos com limitações cognitivas. A identificação precoce é crucial, pois o diagnóstico pode ser complexo, exigindo exames de imagem e, em alguns casos, intervenção cirúrgica para remover o material obstrutivo e restaurar o fluxo intestinal. A demora no diagnóstico e tratamento pode levar a complicações sérias, como perfuração intestinal e infecção generalizada.
O tratamento da pica e suas complicações exige uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde. A identificação dos fatores desencadeantes da pica, o desenvolvimento de estratégias comportamentais para reduzir a ingestão de itens não alimentares e o acompanhamento médico regular são essenciais para prevenir novas ocorrências de obstrução intestinal e garantir a saúde e o bem-estar do paciente. A conscientização sobre a pica e seus riscos é fundamental para garantir o diagnóstico e tratamento precoces, minimizando o risco de complicações graves e melhorando a qualidade de vida dos pacientes afetados.
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