O treinamento baseado em velocidade (VBT) tem se mostrado uma ferramenta eficaz para otimizar o desempenho físico. Um estudo recente investigou a confiabilidade e as mudanças agudas no perfil carga-velocidade durante o exercício de salto com contramovimento (CMJ) após diferentes protocolos de VBT em corredores recreativos. O objetivo era determinar se as variáveis da relação carga-velocidade poderiam detectar alterações nas capacidades mecânicas dos membros inferiores.
Vinte e um corredores recreativos participaram do estudo, completando quatro protocolos de VBT randomizados, cada um consistindo em três séries de agachamento com barra com três minutos de descanso. Os protocolos variavam em intensidade (60% ou 80% de 1RM) e perda de velocidade permitida (10% ou 30%). A relação carga-velocidade foi avaliada antes e após cada protocolo de VBT, utilizando o método de dois pontos no CMJ, com uma carga de 0,5 kg e outra correspondente a uma velocidade média de 0,55 m/s. As variáveis analisadas foram o intercepto do eixo de carga (L0), o intercepto do eixo de velocidade (v0) e a área sob a linha da relação carga-velocidade (Aline).
Os resultados indicaram que todas as variáveis da relação carga-velocidade apresentaram uma confiabilidade aceitável, com exceção de v0 entre os protocolos VBT60-30 e VBT80-10. Foi observada uma redução em v0 e Aline após os protocolos VBT60-30 e VBT80-30, mas não após VBT60-10 e VBT80-10. No entanto, as diferenças pós-pré não foram significativamente associadas entre os protocolos de VBT para nenhuma variável da relação carga-velocidade, sugerindo uma alta variabilidade nas respostas individuais. Em conclusão, embora a relação carga-velocidade seja confiável e sensível a protocolos de VBT de alta repetição, sua utilização para detectar mudanças agudas nas capacidades mecânicas máximas dos membros inferiores apresenta uma variabilidade individual considerável.
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