A identificação precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças pequenas é crucial para intervenções eficazes. Um estudo recente investigou as diferenças na função cerebral em pré-escolares com TEA, buscando marcadores neurais que possam auxiliar no diagnóstico precoce. A pesquisa concentrou-se na análise da atividade cerebral de baixa frequência, utilizando técnicas estáticas e dinâmicas para identificar padrões distintos em crianças com TEA.
O estudo comparou a atividade cerebral de 73 pré-escolares com TEA com a de 43 crianças com desenvolvimento típico. Os pesquisadores avaliaram a amplitude estática de flutuações de baixa frequência (sALFF) e a amplitude dinâmica (dALFF), que mede a variação da atividade cerebral ao longo do tempo. Os resultados revelaram que crianças com TEA apresentavam níveis reduzidos de sALFF em regiões específicas do cérebro, como o giro temporal médio esquerdo e o córtex orbitofrontal medial. Além disso, os valores de dALFF também eram menores no córtex orbitofrontal inferior esquerdo e no giro temporal médio.
Essas descobertas sugerem que a disfunção regional no hemisfério esquerdo do cérebro pode estar associada ao TEA em pré-escolares. A análise ROC (Receiver Operating Characteristic) demonstrou que as métricas sALFF e dALFF podem distinguir crianças com TEA de crianças com desenvolvimento típico, com uma precisão significativa. A combinação de ambas as métricas aumentou ainda mais a acurácia na identificação do TEA. Embora não tenha sido encontrada uma correlação linear direta entre os valores de ALFF e as escalas clínicas, os resultados indicam que sALFF e dALFF, particularmente no giro temporal médio, podem servir como indicadores promissores para a detecção precoce do TEA, abrindo caminhos para intervenções mais oportunas e eficazes.
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