As diferenças sensoriais em indivíduos autistas são amplamente reconhecidas, mas as experiências sensoriais precoces, especialmente sob a perspectiva das próprias pessoas autistas, ainda carecem de exploração aprofundada. Um estudo recente buscou compreender essas vivências iniciais no autismo, através das vozes de adultos autistas (alguns com filhos autistas) e cuidadores de crianças autistas (alguns também com diagnóstico de autismo).
A pesquisa, utilizando uma abordagem qualitativa descritiva, realizou grupos focais com três adultos autistas e doze cuidadores de crianças autistas. A análise temática reflexiva dos dados revelou cinco temas principais que englobam as experiências sensoriais na primeira infância: o reconhecimento da singularidade das preferências sensoriais, os impactos negativos de diferentes estímulos sensoriais, o sentimento de ser diferente e a busca por pertencimento, o controle das experiências sensoriais para otimizar o funcionamento diário e, por fim, a superação dos desafios impostos pelo mundo sensorial. Estes temas revelam a complexidade e a importância de considerar as necessidades sensoriais únicas de cada criança autista.
Os resultados do estudo destacam a importância de reconhecer e validar as preferências sensoriais individuais de cada criança autista, especialmente na busca por apoio e intervenções adequadas. As descobertas podem influenciar a forma como pesquisadores e profissionais de saúde abordam as preferências sensoriais na infância, incentivando uma compreensão mais profunda de que as necessidades de cada pessoa são únicas. Cuidadores e a comunidade em geral podem se beneficiar ao aprender a importância de defender as necessidades sensoriais individuais para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de indivíduos autistas, promovendo um ambiente mais inclusivo e adaptado às suas necessidades.
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