Estudos epidemiológicos revelam que transtornos do neurodesenvolvimento (TND), como o transtorno do espectro autista (TEA) e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), apresentam uma prevalência maior na população infantil do que os casos formalmente diagnosticados em ambientes clínicos. Essa constatação sugere que muitas crianças e jovens podem ter TNDs não diagnosticados, o que pode acarretar prejuízos em diversas áreas de suas vidas.
Diante desse cenário, surge o conceito de condições “subclínicas” ou “subthreshold”, referindo-se a variações no perfil de neurodesenvolvimento que, embora causem algum nível de prejuízo, não preenchem todos os critérios para um diagnóstico completo. Essa área cinzenta entre a normalidade e o diagnóstico formal tem despertado crescente interesse entre os profissionais de saúde.
Uma revisão narrativa da literatura sobre autismo e TDAH subclínicos identificou temas importantes como a definição dessas condições, sua prevalência, ferramentas de avaliação, impactos a longo prazo, modelos de classificação de TNDs e estratégias de manejo. Os autores defendem que a identificação de uma condição “subthreshold” deve ser considerada quando há evidências de prejuízo significativo e persistente em pelo menos um contexto, mesmo que os critérios diagnósticos completos não sejam atendidos. O reconhecimento e a compreensão dessas condições são cruciais para que clínicos e pais possam oferecer o suporte adequado a crianças e jovens que enfrentam esses desafios.
Origem: Link