A rápida industrialização trouxe consigo uma vasta gama de substâncias químicas para o meio ambiente, levantando sérias preocupações sobre os efeitos na saúde, especialmente no desenvolvimento cerebral de fetos e crianças. Estudos recentes têm se concentrado em identificar e compreender o impacto desses poluentes químicos em distúrbios do neurodesenvolvimento (DNDs).
Pesquisadores, utilizando bancos de dados toxicológicos, construíram modelos de exposição química para sete DNDs, como o transtorno do espectro autista (TEA) e a deficiência intelectual (DI). Foram identificados diversos poluentes de relevância epidemiológica, incluindo elementos tóxicos, pesticidas, poluentes do ar e produtos químicos orgânicos sintéticos. A análise revelou associações significativas entre a exposição a esses poluentes e o aumento do risco de DNDs. Por exemplo, o estudo apontou que 12 poluentes estavam ligados ao TEA, enquanto 9 estavam associados à DI.
A análise funcional dos genes afetados por esses poluentes destacou processos biológicos compartilhados, como o metabolismo de substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos) no TEA, e processos cognitivos, como o comportamento social e a montagem de sinapses, na DI. A análise da trajetória temporal dos dados transcriptômicos do desenvolvimento revelou padrões de expressão distintos de genes associados a poluentes químicos – maior expressão pré-natal, pós-natal e perinatal – indicando mecanismos subjacentes comuns e divergentes em janelas críticas de exposição a poluentes químicos. Esses resultados reforçam a necessidade de monitoramento e regulamentação rigorosos da exposição a substâncias químicas, especialmente durante a gravidez e a infância, visando proteger o desenvolvimento neurológico e a saúde das futuras gerações. A prevenção da exposição a poluentes é fundamental para um futuro mais saudável.
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