A agitação em pacientes com esquizofrenia é uma condição complexa e desafiadora. Uma pesquisa recente investigou a possível ligação entre essa agitação, o desequilíbrio inflamatório no organismo e a estrutura de uma região específica do cérebro, o córtex orbitofrontal (OFC).
O estudo, publicado no Scientific Reports, envolveu 119 pacientes com esquizofrenia, que foram divididos em diferentes grupos de agitação. Os pesquisadores analisaram os níveis de citocinas periféricas (moléculas que atuam na comunicação intercelular no sistema imunológico) e examinaram a estrutura do OFC em todos os participantes. Foram avaliados o sistema de resposta imune-inflamatória e o sistema reflexo imunorregulatório compensatório (IRS/CIRS), que refletem o nível de desequilíbrio inflamatório. Entre os biomarcadores imunológicos analisados, estavam as citocinas M1 (IL-6, IL-1β, IFN-α e TNF-α), T helper, Th-1 (IL-2, IL-12p70 e IFN-γ), Th-2 (IL-4 e IL-5), Th-17 (IL-17) e citocinas T regulatórias (Treg) (IL-10).
Os resultados revelaram que, em comparação com o grupo com baixa agitação, o grupo com alta agitação apresentava níveis significativamente mais elevados da citocina pró-inflamatória IL-6, bem como níveis mais altos dos biomarcadores imunológicos Th-2, M1, IRS e IRS/CIRS. No entanto, não houve diferença significativa no volume do OFC e na espessura cortical entre os dois grupos. Curiosamente, no grupo com alta agitação, o volume do OFC lateral esquerdo apresentou uma correlação negativa com o IRS/CIRS. A análise estatística também indicou que a agitação desempenhou um papel significativo na moderação da relação entre o volume do OFC lateral esquerdo e o IRS/CIRS. Esses achados contribuem para uma melhor compreensão dos mecanismos etiológicos da agitação na esquizofrenia, sugerindo uma possível interação entre a inflamação e a estrutura cerebral nessa condição.
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