O cabeceio é uma técnica fundamental no futebol, mas também levanta preocupações sobre o risco de concussões devido à aceleração da cabeça. Uma revisão sistemática recente investigou os fatores que contribuem para essa aceleração durante um cabeceio intencional, buscando identificar áreas que necessitam de mais estudo e estratégias para mitigar os riscos.
A análise de 60 estudos revelou uma variedade de fatores influenciadores, incluindo a velocidade e as características da bola, o tipo de cabeceio, o local do impacto e até mesmo intervenções de treinamento do pescoço. Observou-se que uma maior velocidade, massa ou inflação da bola estão associadas a um aumento na aceleração da cabeça. Curiosamente, o estudo também indicou que jogadoras de futebol podem experimentar maiores acelerações da cabeça em comparação com jogadores do sexo masculino. Além disso, embora o fortalecimento tradicional do pescoço nem sempre seja eficaz, a incorporação de exercícios neuromusculares parece promissora na redução da aceleração da cabeça.
As implicações desta pesquisa são significativas para a segurança dos jogadores de futebol. Sugere-se que medidas como a redução da pressão de inflação da bola, a limitação de cabeceios de longa distância ou com bolas de alta velocidade (especialmente em crianças, adolescentes e mulheres) e a inclusão de exercícios neuromusculares em programas de treinamento do pescoço podem contribuir para a diminuição da aceleração da cabeça. A força muscular dinâmica, incluindo a taxa de desenvolvimento da força, é um componente crucial a ser considerado no treinamento do pescoço para reduzir a aceleração da cabeça em tarefas balísticas como o cabeceio. Há uma necessidade contínua de investigar outros sistemas que podem afetar a aceleração da cabeça, como a função vestibular, o desempenho oculomotor e a propriocepção da coluna cervical, a fim de desenvolver estratégias de prevenção de concussões mais eficazes no futebol.
Origem: Link