Esclerose Lateral Amiotrófica: Fortalecimento Muscular Traz Benefícios?

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios motores, responsáveis pelo controle dos músculos voluntários. Embora exercícios adequadamente prescritos tragam benefícios para pessoas com ELA, a escassez de estudos e a falta de consenso sobre os efeitos de exercícios de fortalecimento muscular nessa população impactam negativamente a reabilitação. Uma revisão sistemática recente buscou avaliar os efeitos de intervenções de fortalecimento muscular em indivíduos com ELA.

A revisão incluiu ensaios clínicos que realizaram fortalecimento muscular não respiratório em pessoas com ELA, comparando com intervenções sem fortalecimento, cuidados usuais ou placebo. Os estudos foram obtidos de diversas bases de dados, como MEDLINE, EMBASE e Cochrane Library, sem restrições de idioma ou data de publicação. Os resultados considerados foram força muscular periférica, funcionalidade, fadiga e eventos adversos. A análise incluiu oito estudos, totalizando 296 participantes. Sete dos oito estudos indicaram superioridade da intervenção experimental sobre o controle, mas essa vantagem não foi confirmada nas meta-análises. A qualidade da evidência foi considerada baixa, em parte devido ao pequeno tamanho da amostra e à alta heterogeneidade nos estudos primários.

Os resultados da revisão sistemática indicaram que não há evidências de superioridade das intervenções de fortalecimento muscular em comparação com intervenções sem foco em fortalecimento, cuidados usuais ou placebo, em relação aos resultados analisados imediatamente após a intervenção. A qualidade da evidência variou de baixa a muito baixa. Cinco dos estudos avaliaram eventos adversos, sem relatar eventos graves. As intervenções para fortalecimento muscular não se mostraram mais eficazes quando comparadas ao grupo controle em curto prazo, nem parecem produzir eventos adversos graves. A baixa qualidade da evidência destaca a necessidade de estudos com maior rigor metodológico nessa população, para avaliar de forma mais assertiva os impactos dessa intervenção a curto, médio e longo prazo. É fundamental que futuras pesquisas abordem essa lacuna no conhecimento para otimizar as estratégias de reabilitação para pacientes com ELA.

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