Autismo e o Uso da Internet: Um Olhar Detalhado sobre o Mundo Digital

A relação entre indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o mundo digital tem sido objeto de crescente interesse e pesquisa. Um estudo recente investigou o uso da internet e das redes sociais por jovens com TEA, buscando quantificar a conexão entre traços autísticos e o uso problemático da internet (UPI), que engloba desde o uso excessivo de smartphones até o vício em jogos online.

A primeira meta-análise, abrangendo 46 estudos e mais de 42 mil participantes, revelou que pessoas com TEA ou com traços autísticos mais acentuados apresentavam níveis mais elevados de UPI. A análise estatística indicou uma correlação significativa entre essas características e o uso problemático da internet. Isso sugere que indivíduos com TEA podem ser mais vulneráveis a desenvolver padrões de uso da internet que impactam negativamente seu bem-estar e funcionamento diário. É importante ressaltar que o UPI não se resume apenas ao tempo gasto online, mas também aos efeitos negativos que esse uso pode gerar na vida da pessoa, como dificuldades em manter relacionamentos, problemas de sono e queda no desempenho escolar ou profissional.

Curiosamente, a segunda meta-análise, com 15 estudos e mais de 7 mil participantes, apontou para uma tendência oposta no que diz respeito ao uso de redes sociais. Os resultados indicaram que pessoas com TEA ou traços autísticos mais fortes demonstraram menor envolvimento em plataformas de mídia social em comparação com seus pares com desenvolvimento típico. Essa descoberta sugere que, embora a internet possa apresentar riscos para indivíduos com TEA em relação ao UPI, as redes sociais podem não ser tão atrativas ou acessíveis para esse grupo. A pesquisa também enfatizou a necessidade de uma avaliação crítica da qualidade dos estudos sobre o uso da internet e das redes sociais em pessoas com TEA, propondo ainda direcionamentos para futuras investigações nessa área. Compreender melhor essa dinâmica é crucial para desenvolver estratégias de apoio e intervenção mais eficazes para jovens com TEA.

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