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Um estudo recente analisou as tendências epidemiológicas da doença falciforme pediátrica (DFP) no Brasil entre 2008 e 2022. A pesquisa utilizou dados da plataforma FioCruz sobre internações pediátricas relacionadas à DFP, totalizando 81.942 casos. A maior parte das internações (74,08%) foi devido a crises da doença. Observou-se maior incidência em meninos e crianças menores de cinco anos, além de disparidades regionais, com a região Sudeste apresentando as maiores taxas de internação. Os custos com UTI foram mais elevados para internações relacionadas a crises. As taxas de mortalidade foram significativamente mais altas para os casos relacionados a crises (p < 0,001), com regressão ARIMA indicando uma associação significativa entre internações por crises e mortalidade.
A análise empregou métodos descritivos e inferenciais, incluindo séries temporais e regressão ARIMA, para avaliar a incidência, mortalidade e custos associados à DFP. A metodologia seguiu as diretrizes de relato STROBE. Os resultados demonstram um peso significativo da DFP pediátrica no Brasil, principalmente os casos relacionados a crises, indicando a necessidade de intervenções específicas. A priorização da detecção precoce, acesso equitativo à saúde e intervenções baseadas em evidências podem contribuir para a mitigação do impacto da DFP e melhoria dos resultados para os pacientes. As descobertas podem auxiliar na formulação de políticas e intervenções de saúde pública para enfrentar os desafios do manejo da DFP pediátrica no Brasil.
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