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A análise de radiografias abdominais é fundamental para o diagnóstico e manejo da enterocolite necrotizante (NEC) em recém-nascidos. No entanto, estudos demonstram falta de concordância entre médicos na interpretação dessas imagens. Um estudo avaliou a concordância na interpretação radiológica da NEC entre examinadores de diferentes especialidades (análise interexaminador) e entre o mesmo examinador em momentos diferentes (análise intraexaminador). Foram analisadas radiografias abdominais de recém-nascidos com suspeita ou confirmação de NEC, por neonatologistas, cirurgiões e radiologistas. Os participantes responderam a questionários sobre achados radiográficos, avaliando a presença de distensão de alças intestinais, subjetivamente (sim ou não) e objetivamente (cálculo da razão entre o diâmetro da alça e as medidas das vértebras lombares).
O estudo incluiu 90 imagens radiológicas. Na avaliação interexaminador, a concordância foi baixa (kappa < 0,4) em 30% das respostas (neonatologistas versus cirurgiões), 38% (neonatologistas versus radiologistas) e 46% (cirurgiões versus radiologistas). Na avaliação intraexaminador, neonatologistas e cirurgiões apresentaram concordância substancial ou quase perfeita em 92% das respostas, e radiologistas em 77%. Na avaliação da distensão de alças intestinais, a maior concordância entre as especialidades ocorreu quando realizada objetivamente. Os resultados confirmaram a baixa concordância intra e interexaminador na análise radiológica da NEC, reforçando a importância da padronização dos métodos de interpretação radiológica da doença. A necessidade de métodos objetivos e padronizados para a interpretação de imagens de recém-nascidos com suspeita de NEC é crucial para garantir a precisão diagnóstica e a otimização do tratamento.
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