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Óleos de sementes: verdadeiros ou falsos vilões da saúde?
Muitas informações circulam na internet sobre os óleos de sementes, como óleo de girassol, soja, cártamo e milho. Algumas afirmações os rotulam como tóxicos e inflamatórios, até mesmo como os responsáveis pela crise de obesidade. Mas será que há fundamento científico por trás dessas alegações?
Nutricionistas analisaram as afirmações mais comuns sobre esses óleos e esclarecem alguns pontos importantes. Eles explicam que os óleos de sementes são ricos em gorduras poli-insaturadas ômega-6, essenciais para o desenvolvimento cerebral, metabolismo e crescimento. Embora o ômega-6 possa levar à formação de ácido araquidônico, associado à inflamação, o corpo converte apenas uma pequena quantidade. Estudos mostram até mesmo que dietas ricas em ômega-6 podem reduzir o colesterol e melhorar a saúde cardíaca. O que pode realmente causar inflamação são alimentos ultraprocessados, que muitas vezes contêm esses óleos, juntamente com açúcares, sódio e gordura saturada. A recomendação é reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados para uma melhor saúde, mas isso não significa que o uso moderado de óleos de sementes no preparo de alimentos caseiros seja prejudicial. O foco deve ser em uma alimentação balanceada e equilibrada.
Outro ponto destacado é que esses óleos, apesar de terem aplicações industriais, não são automaticamente prejudiciais para o consumo. O processo de extração evoluiu ao longo do tempo, tornando-se mais eficiente. O uso de solventes durante o refino é regulamentado, e os resíduos no produto final são mínimos. O aquecimento excessivo e o reuso repetido de óleos, como em frituras, podem sim gerar compostos prejudiciais por causa da oxidação. Por isso, recomenda-se armazená-los em local fresco e escuro e evitar superaquecimento durante o cozimento.
Em relação à obesidade, os nutricionistas afirmam que os óleos de sementes não são os únicos responsáveis pelo aumento das taxas de obesidade. Uma série de fatores contribui para esse cenário, incluindo a alta ingestão de alimentos ultraprocessados, ricos em calorias e açúcares, e pobres em nutrientes e fibras. A redução no consumo de óleos de sementes muitas vezes ocorre em conjunto com outras mudanças alimentares, incluindo a diminuição do consumo de alimentos industrializados. A perda de peso observada nesses casos resulta não apenas da exclusão dos óleos, mas de mudanças significativas na dieta.
Quanto às alegações de que os óleos de sementes estão cheios de gorduras oxidadas que destroem as células, os nutricionistas explicam que, apesar de sensíveis ao calor, luz e ar, eles também contém antioxidantes como a vitamina E, que combatem o estresse oxidativo. O uso correto dos óleos, sem superaquecimento, pode ajudar a proteger as células. Por fim, a ideia de que gorduras como manteiga, ghee, banha e óleo de coco são sempre melhores é questionada. Embora naturais, são ricas em gordura saturada, associada a um maior risco de doenças cardíacas. As gorduras insaturadas, presentes em óleos como azeite, abacate e canola, são geralmente mais benéficas para a saúde do coração.
Em resumo, uma dieta equilibrada e o consumo moderado são as chaves para uma alimentação saudável. Não se deve focar em um único ingrediente, mas sim em um padrão alimentar que privilegie alimentos integrais, frutas, vegetais e limite alimentos ultraprocessados, açúcares e gorduras saturadas.
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