“Mortalidade neonatal por hérnia diafragmática congênita em São Paulo: falha no cuidado?”

Um estudo analisou a mortalidade neonatal por hérnia diafragmática congênita (HDC) no estado de São Paulo entre 2004 e 2020. A pesquisa, de base populacional, incluiu todos os nascidos vivos no estado de mães residentes em São Paulo nesse período. A HDC foi definida com base nos códigos da CID-10 da OMS, e a morte neonatal associada à HDC foi definida como morte até 27 dias após o nascimento de bebês com HDC. Foram mapeados a distribuição da mortalidade neonatal associada à HDC (por 10.000 nascidos vivos) e a disponibilidade de leitos em unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs) (≥1 ou indisponível), avaliando-se a associação entre eles pelo teste de Mann-Whitney.

Entre 10.246.686 nascidos vivos, houve 1378 mortes neonatais associadas à HDC em 124 dos 645 municípios do estado (19,2%). A taxa mediana de mortalidade neonatal associada à HDC em municípios com leitos de UTIN foi de 1,22 (IC 95% 0,99–1,51), semelhante à encontrada em municípios sem leitos de UTIN (1,40; IC 95% 1,15–1,67; p=0,224). As mortes neonatais associadas à HDC foram distribuídas por todo o estado de São Paulo, sem diferença nas taxas de mortalidade neonatal associada à HDC entre municípios com e sem leitos de UTIN disponíveis. Esses achados sugerem a necessidade de implementar estratégias de regionalização para o cuidado perinatal de HDC no estado.

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