“Estudo aponta impacto da pandemia na incidência de bronquiolite em crianças no Brasil”

Um estudo recente analisou a sazonalidade da bronquiolite aguda em bebês no Brasil entre 2016 e 2022, utilizando dados de internações hospitalares. A pesquisa empregou o Modelo de Médias Móveis Integradas Autoregressivas Sazonais (SARIMA) para descrever as características sazonais e de tendência ao longo do tempo, considerando as macrorregiões brasileiras. Os resultados mostraram uma redução de 97% nas internações por bronquiolite durante as intervenções não farmacológicas da pandemia (março de 2020 a agosto de 2021), seguida por um aumento de 95% após o relaxamento dessas medidas (setembro de 2021 a dezembro de 2022). No período pré-COVID-19, as internações seguiam um padrão sazonal, interrompido em 2020-2021, mas recuperado em 2022, com pico em maio, 4% acima do pico pré-pandemia.

A análise destaca a forte influência das intervenções relacionadas à COVID-19 na incidência de bronquiolite. A restauração do padrão sazonal em 2022 demonstra a interação entre medidas de saúde pública e a dinâmica das doenças respiratórias em crianças pequenas. O estudo sugere que fatores como o isolamento social e o uso de máscaras, embora eficazes no controle da COVID-19, podem ter impactado significativamente a transmissão de outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite. A pesquisa ressalta a importância de monitorar continuamente a incidência de bronquiolite e outros agravos respiratórios em crianças, considerando o contexto epidemiológico e as medidas de saúde pública implementadas.

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