“Transferência e a Clínica Psicanalítica das Psicoses”

Desde o início de seus estudos, Freud observou a dificuldade em tratar pacientes psicóticos com a psicanálise, sugerindo que a estrutura da psicose difere da neurose. A transferência, elemento central da psicanálise, tornou-se foco de investigação na busca por métodos eficazes para lidar com a psicose. Entretanto, as descobertas freudianas se mostraram insuficientes para estabelecer uma relação transferencial satisfatória com pacientes psicóticos. Com as contribuições de Jacques Lacan, alguns conceitos freudianos foram revisados e operadores próprios foram criados, incluindo o conceito de erotomania, compreendida como uma consequência estrutural do vínculo entre analista e paciente psicótico.

Este artigo propõe uma abordagem clínica psicanalítica para o tratamento da psicose, focando no estabelecimento do laço transferencial. A abordagem enfatiza o manejo do gozo como ferramenta para promover estabilização e reduzir o sofrimento psíquico. A discussão busca contribuir para a questão da indicação do tratamento psicanalítico para pacientes psicóticos, apresentando uma perspectiva de tratamento possível a partir do manejo adequado da transferência e do gozo, buscando mitigar o sofrimento e promover a estabilização do paciente. A pesquisa aborda a complexidade da relação analítica na psicose e oferece uma reflexão sobre a clínica psicanalítica nesse contexto específico. A consideração do gozo e o estabelecimento de um laço transferencial apropriado são considerados elementos cruciais para o sucesso terapêutico.

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