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Este artigo apresenta uma pesquisa que investiga a relação única entre mulheres rurais e os cães que fazem parte de suas vidas no campo. A pesquisa se concentra em cães sem raça definida, que transitam livremente entre as propriedades, criando uma dinâmica interessante de interação interespecífica. O estudo busca entender as práticas que emergem dessa convivência, considerando a agência dos animais e a perspectiva da agricultora pesquisadora, alinhada à agroecologia familiar.
Através de um diálogo com teorias de Donna Haraway, Anna Tsing e Vinciane Despret, a pesquisa utiliza a narrativa de causos para explorar a complexidade dessa relação multiespécie. A análise considera as práticas anticapitalistas que surgem na agroecologia, o trabalho realizado pelas mulheres agricultoras e a capacidade dos cães para o autogoverno. O objetivo é compreender como essas relações podem gerar formas de cooperação multiespecíficas, desafiando o modelo moderno-colonizador e apontando para uma nova perspectiva de interação homem-animal.
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