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Uma pesquisa qualitativa investigou as experiências de racismo vivenciadas por mulheres negras que trabalham como vendedoras em lojas de luxo de Salvador, Bahia. Cinco mulheres negras, com experiência mínima de um mês no setor de moda feminina, foram entrevistadas. A análise dos dados, utilizando a Análise de Conteúdo de Bardin, focou em quatro categorias principais: a inserção no mercado de trabalho sob a ótica do racismo estrutural; microagressões raciais na interação com clientes; impacto do padrão de beleza da indústria da moda na autoestima; e estratégias de resistência ao racismo.
Os resultados revelaram que as participantes enfrentaram situações de discriminação racial desde o início de suas trajetórias no varejo de luxo. Essas experiências geraram sentimentos de inferioridade, incapacidade e não pertencimento, afetando significativamente a autoestima das vendedoras. As principais agressoras, segundo os relatos, foram clientes brancas, o público mais frequente nesse tipo de comércio. O estudo também identificou as diversas estratégias de enfrentamento ao racismo desenvolvidas pelas participantes em seus ambientes de trabalho, demonstrando resiliência e mecanismos de proteção diante da adversidade.
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