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O suicídio na infância é um tema delicado e muitas vezes ignorado, obscurecido pelo mito de uma infância sempre feliz e despreocupada. A crença de que crianças são naturalmente alegres e livres de sofrimento profundo dificulta o reconhecimento e a busca por ajuda para aqueles que vivenciam pensamentos suicidas. Um estudo recente se propôs a investigar essa realidade sombria, buscando compreender a experiência do suicídio infantil através das narrativas de crianças que já tiveram ideações suicidas ou tentativas de suicídio.
Utilizando a fenomenologia como método de pesquisa, o estudo se concentrou em compreender a experiência a partir das próprias palavras das crianças. As entrevistas revelaram histórias marcadas por profunda solidão, violência e conflitos. Em seus relatos, as crianças descreveram um mundo inóspito, onde a existência se tornava um fardo insuportável e a morte aparecia como uma solução para o sofrimento intenso. Esses relatos demonstram a importância de se quebrar o silêncio em torno do suicídio infantil, promovendo espaços de escuta e compreensão para que as crianças possam expressar suas angústias e receber o apoio necessário. A pesquisa destaca a necessidade de olhar para além da superfície e reconhecer que a infância também pode ser um período marcado por sofrimento e dor profunda.
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