“Diagnóstico e Tratamento do Crescimento Excessivo Bacteriano no Intestino Delgado”

O crescimento excessivo bacteriano no intestino delgado (SIBO) é uma condição caracterizada pelo aumento anormal da população bacteriana no intestino delgado, levando a sintomas como inchaço, dor abdominal, distensão, diarreia e, eventualmente, má absorção. O diagnóstico e o tratamento do SIBO permanecem desafiadores devido à sobreposição de sintomas com outras doenças gastrointestinais, como doença inflamatória intestinal (DII), síndrome do intestino irritável (SII) e doença celíaca. A Federação Brasileira de Gastroenterologia publicou um documento oficial revisando as evidências atuais sobre o diagnóstico e tratamento do SIBO, focando em estratégias adequadas para o sistema de saúde brasileiro.

A revisão abrangeu diretrizes clínicas, ensaios controlados randomizados e estudos de coorte sobre SIBO. Métodos de diagnóstico, incluindo testes respiratórios e técnicas de aspiração direta, foram criticamente analisados. Abordagens de tratamento, incluindo antibióticos, modificações na dieta e probióticos, foram revisadas. As recomendações foram formuladas com base em um painel de gastroenterologistas, membros da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), com aprovação da maioria dos membros. Testes respiratórios usando glicose e lactulose permanecem as ferramentas de diagnóstico não invasivas mais usadas, embora estejam sujeitos a limitações, como falsos positivos e falsos negativos. O tratamento com rifaximina é eficaz na maioria dos casos de SIBO, enquanto antibióticos sistêmicos, como metronidazol e ciprofloxacina, são alternativas. Probióticos e intervenções dietéticas, particularmente dietas com baixo teor de FODMAP, podem complementar a terapia com antibióticos. O acompanhamento de longo prazo é essencial devido à taxa de recorrência, comum em pacientes com SIBO. A padronização do diagnóstico e tratamento do SIBO no Brasil é essencial para reduzir atrasos no diagnóstico e otimizar o atendimento, especialmente considerando as disparidades e a heterogeneidade na prática clínica em todo o país. Mais pesquisas são necessárias para refinar os métodos de diagnóstico, explorar novas estratégias de tratamento e entender melhor as características específicas da população brasileira.

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