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O transtorno do espectro autista (TEA) é frequentemente caracterizado por dificuldades na comunicação. Em modelos animais, como os de roedores, as vocalizações ultrassônicas (USVs) surgem como uma ferramenta promissora para investigar esses déficits comunicativos. Um estudo recente explorou o impacto de moduladores alostéricos positivos (PAMs) do receptor nicotínico de acetilcolina α7 (α7nAChR) – especificamente os compostos CCMI e PNU120596 – na comunicação vocal de ratos, utilizando um modelo de TEA induzido pela exposição pré-natal ao ácido valproico (VPA).

A pesquisa adotou uma abordagem analítica multimodal, examinando não apenas as características acústicas tradicionais, mas também a estrutura temporal, a organização sintática e os repertórios vocais baseados em agrupamentos. Os resultados revelaram que a prole masculina exposta ao VPA emitia menos USVs e apresentava uma atividade vocal reduzida, manifestada em menos sequências e menos chamados por sequência. A análise temporal evidenciou reduções persistentes nos machos ao longo das sessões de teste, enquanto as fêmeas exibiram reduções na fase tardia das chamadas. Notavelmente, os tratamentos com PAMs não restauraram a quantidade de USVs ou a atividade vocal nos machos expostos ao VPA, mas normalizaram parcialmente os intervalos entre as chamadas, indicando efeitos seletivos na dinâmica temporal.

As características acústicas, como duração, largura de banda e frequência de pico, permaneceram em grande parte inalteradas pelo VPA ou pelos PAMs, exceto por uma discreta redução na largura de banda em fêmeas expostas ao VPA. Análises de agrupamento e sintaxe confirmaram perfis vocais específicos para cada sexo e revelaram que os PAMs modulam a sintaxe vocal tanto em animais controle quanto nos expostos ao VPA, com efeitos dependentes do composto e do contexto. Isso incluiu um aumento no uso de chamados de trilo canônicos e reduções em transições de baixa frequência ou complexas, restaurando parcialmente padrões de comunicação interrompidos. Este estudo destaca uma abordagem multifacetada para a análise de USVs em modelos animais de déficits sociocomunicativos e sugere que os PAMs α7nAChR exercem efeitos sutis, porém benéficos, no tempo vocal e na estrutura sintática da comunicação, com implicações para abordar interrupções sintáticas em comportamentos vocais relacionados ao TEA.

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