Relação entre Autoestima e TNF-α em Indivíduos com Transtorno do Espectro Autista
Um estudo recente investigou a complexa relação entre autoestima e a expressão do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) em indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa buscou entender como a autoestima, particularmente em relação a fatores externos e internos, se conecta com a expressão de TNF-α, uma citocina associada tanto à fisiopatologia do TEA quanto a variações na autoestima.
O estudo envolveu 51 participantes com TEA de alto funcionamento e 34 indivíduos com desenvolvimento típico (TD). A autoestima foi avaliada através da versão japonesa da escala de Contingências de Autoestima (CSW), que explora sete domínios distintos, juntamente com a avaliação do Senso Pessoal de Poder. Os níveis de TNF-α no plasma foram quantificados utilizando o método ELISA. Os resultados revelaram uma correlação negativa significativa entre a expressão de TNF-α e o domínio externo da CSW relacionado à aprovação dos outros em indivíduos com TEA. Adicionalmente, observou-se uma tendência de correlação negativa com a aparência e a harmonia nos relacionamentos. Curiosamente, essas correlações não foram encontradas no grupo de indivíduos com desenvolvimento típico. No contexto familiar, o Senso Pessoal de Poder apresentou uma tendência de correlação positiva com a expressão de TNF-α em participantes com TEA, mas não no grupo TD.
Esses achados destacam a importância dos níveis de TNF-α na modulação da autoestima em indivíduos com TEA, principalmente no que tange às relações interpessoais. A menor expressão de TNF-α foi associada a uma maior autoestima em contextos sociais, independentemente da gravidade dos sintomas autísticos. Esses resultados sugerem uma possível ligação biológica entre vias inflamatórias e autoestima no TEA, o que contribui para uma compreensão mais aprofundada da intrincada interação entre a função imunológica e o bem-estar psicológico nessa população. Essa descoberta pode abrir caminhos para futuras pesquisas e intervenções terapêuticas focadas em modular a resposta inflamatória e, consequentemente, melhorar a autoestima e a qualidade de vida de pessoas com TEA. É importante ressaltar que mais estudos são necessários para confirmar e expandir esses achados, e que a relação entre TNF-α e autoestima pode ser multifacetada e influenciada por diversos fatores individuais e ambientais.
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