O córtex cingulado anterior (ACC) desempenha um papel crucial no comportamento social, e disfunções nessa área têm sido associadas a dificuldades de interação social em indivíduos com autismo. Pesquisadores têm investigado como diferentes tipos de neurônios no ACC, especificamente interneurônios parvalbumina (PV) e somatostatina (SST), influenciam essas interações sociais.
Um estudo recente, utilizando um modelo de autismo em camundongos com deficiência no gene Shank3, revelou que tanto os interneurônios PV quanto os SST contribuem de forma distinta para a regulação do comportamento social. Observou-se que a expressão do gene Kcnh7, um fator de risco para o autismo, estava reduzida nesses dois tipos de interneurônios. A inativação do Kcnh7 em ambos os subtipos neuronais resultou em déficits nas interações sociais dos camundongos. Isso sugere que a função normal desses interneurônios, influenciada pela expressão de Kcnh7, é vital para o comportamento social adequado.
Além disso, a pesquisa identificou que diferentes áreas cerebrais modulam a atividade dos interneurônios PV e SST, impactando as interações sociais. Projeções do núcleo talâmico posterior lateral (LPMR) para os interneurônios PV e do hipocampo ventral (vHPC) para os interneurônios SST exercem influências distintas no comportamento social. Esses achados fornecem novas perspectivas sobre os papéis específicos dos interneurônios PV e SST nos processos sociais e suas possíveis contribuições para a fisiopatologia relacionada ao autismo. A compreensão dessas complexas interações neuronais pode abrir caminhos para o desenvolvimento de terapias mais direcionadas e eficazes para melhorar as habilidades sociais em pessoas com autismo.
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